Desisti do Instagram
Tudo começou com um pequeno incômodo, que cresceu para um ranço e hoje se tornou meio que uma revolta. Comecei a me incomodar com a internet de uma forma geral. Com o Instagram especialmente, mas não exclusivamente. Com a forma que a gente passou a se comunicar com vídeos curtos, com a quantidade absurda de informação inútil, com a padronização de conteúdo, do algoritmo que recompensa a conformidade e desencoraja a criatividade, com as "regras" que mudam constantemente e de forma misteriosa a fim de tirar cada vez mais nosso controle e autonomia sobre o quê, como e o quanto consumimos e mapear todo aspecto da nossa existência pra servir os interesses desses bilionários megalomaníacos. Eu sei, eu tô a um passo de virar uma louca com chapeuzinho de papel alumínio na rua (e olha que eu nem falei da IA - embora tenha muito o que falar também, rs).
Então é isso, eu desisti de lutar contra. Quem sou eu e meu autocontrole nulo pra resistir a toda essa tecnologia desenvolvida justamente pra prender a gente nesse looping infinito? Mas ao invés de desistir e ficar frustrada comigo mesma eu resolvi desistir e ir embora. E é bizarro que sair do Instagram pareça algo meio dramático. E é óbvio que tem coisas boas e que tem gente produzindo coisa legal também. Mas, por incrível que pareça, essas pessoas existem fora das redes sociais. Você pode continuar acompanhando elas através de newsletters, blogs, checando o site vez ou outra (lembra quando a internet não era centralizada em redes sociais e a gente entrava diretamente em SITES? que conceito!), indo em eventos que elas vão participar, enfim, é só ir atrás. Afinal que mal pode fazer sermos mais intencionais e menos passivões nas coisas que a gente consome e compartilha?
Pensando nisso tudo e em alternativas pra existir na internet de uma forma mais saudável, decidi fazer uma newsletter pra compartilhar meus bordados e outras (in)utilidades esporádicas pra quem, por um acaso, se interessar em acompanhar.
Vou encerrar com essa foto desse bordado (acima) que não cheguei a postar no insta e não será agora que estou deletando minha conta definitivamente que vou postar - até mesmo porque eu gosto que a última foto que eu postei foi esse bordado de duas amigas queridas (abaixo)
Ah, e pra não dizer que não tenho nenhuma rede social, sigo com minha conta no Bluesky. Até quando eu não sei também. Não é o paraíso, toda rede social tem esse ar meio performático, mas pelo menos o feed é cronológico, limpo de publicidades e de vídeos curtos e não tem nada te prendendo ali desesperadamente.
É isso. Não sei terminar um texto. Fim.